Cerca de 40 mil pessoas deixaram de usar o sistema de transporte coletivo durante a pandemia

A pandemia do Covid-19 trouxe novos hábitos para a população, entre eles a substituição do transporte coletivo por outros meios de locomoção. Saíram os ônibus e entraram as bicicletas, motocicletas, carros e veículos que fazem o transporte por aplicativo. 

Segundo a CPTrans, a previsão com a retomada das atividades econômicas a partir de junho, era que 100 mil pessoas passassem a utilizar o sistema público de transporte.

No entanto, apenas 60 mil passageiros voltaram a usar os ônibus para ir trabalhar ou sair de casa. De acordo com especialistas, as outras 40 mil pessoas ou ainda estão trabalhando em home office ou substituíram os coletivos por um transporte mais atrativo e seguro. 

De acordo com dados da Companhia Petropolitana de Trânsito e Transportes (CPTrans), são cerca de 40 mil passageiros a menos no transporte público. Já o Sindicato das Empresas de Transporte (Setranspetro) diz que as empresas fizeram 1,417 milhões de transações a menos (cada vez que a roleta do ônibus roda) entre março e junho deste ano, em comparação com o mesmo período de 2019. 

A substituição do transporte público por outros modais já vinha acontecendo antes da pandemia, mas, agora, devido ao medo de aglomerações, esses meios alternativos vieram para ficar. “As pessoas estão cada dia mais usando carro e moto e isso significa mais congestionamento, poluição e acidentes. Isso também faz com que a tarifa fique cada vez mais alta, porque em cidades como Petrópolis, quem financia o transporte público é o passageiro. Quanto menos pessoas andando de ônibus, mais cara a tarifa”, explicou o pesquisador do Programa de Engenharia de Transportes da Coppe/UFRJ, Vinicius Henter. 

Ele explica que, neste momento, a tarefa principal do poder público é aumentar a produtividade do sistema, fazendo com que ônibus façam mais por um custo menor. “É importante que os ônibus não fiquem presos nos congestionamentos, por isso é preciso criar faixas exclusivas para eles”, comentou o pesquisador. De acordo com o Setranspetro, o prejuízo financeiro médio mensal neste período de pandemia é de R$ 6.235.949,00, o que, no acumulado, nestes quatro meses de pandemia, chega a quase R$ 25 milhões. 

Em nota, o sindicato ressaltou ainda que “mesmo em uma situação de desequilíbrio econômico e financeiro, as empresas de ônibus no município continuam atendendo a população. "A operação segue com oferta superior à demanda, seguindo todos os decretos, regulamentações e recomendações municipais estabelecidas pelo Departamento de Vigilância em Saúde, reforçando a higienização e respeitando a ocupação máxima de cada veículo. Entretanto, não é mais possível adiar a discussão a respeito do transporte que, até o momento, conseguiu manter o emprego dos colaboradores". 

Em nota, a CPTrans informou que “estuda algumas ações para otimizar o sistema, com objetivo de aumentar a mobilidade e a fluidez do modal de transporte coletivo, como a criação de corredores exclusivos”.

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